Máscara facial inteligente pode detectar coronavírus na respiração de outras pessoas
Um protótipo de máscara facial N95 com um sensor embutido na válvula de respiração parece ser altamente sensível às proteínas do vírus em testes iniciais
Por Clare Wilson
19 de setembro de 2022
A máscara facial com detecção de vírus durante um teste
Matéria/Wang et al. (CC BY-SA)
Uma máscara facial com um sensor de vírus integrado pode detectar pequenas quantidades do coronavírus após uma conversa de 10 minutos com alguém infectado.
A máscara então enviaria um sinal para o smartphone da pessoa que usa a cobertura facial, permitindo que ela decidisse sair de uma área onde o coronavírus está no ar – ou tirar a máscara se se sentir segura quando não houver vírus detectado.
Mas os resultados até agora são baseados no trabalho em estágio inicial. A máscara ainda não foi testada contra vírus inteiros – apenas as proteínas de superfície do coronavírus – e a tecnologia ainda está em desenvolvimento, diz Yin Fang, da Universidade Tongji, na China.
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A equipe de Fang desenvolveu uma máscara facial do tipo N95 bem ajustada que detecta proteínas externas de três vírus: duas cepas de gripe, H5N1 e H1N1, e SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19.
O sensor dentro da válvula de respiração da máscara contém aptâmeros, filamentos curtos de DNA ou RNA que podem ser projetados para se ligar a proteínas específicas. Os aptâmeros são semelhantes aos anticorpos, usados para detectar a proteína spike do coronavírus em testes de fluxo lateral, mas são menores e mais estáveis.
Se os aptâmeros se ligarem às suas proteínas-alvo, sua carga elétrica muda e um chip integrado na máscara envia um sinal para um smartphone designado.
A equipe testou a máscara colocando-a em uma câmara fechada e borrifando-a com pequenas gotas de líquido – semelhantes às produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou fala – contendo a proteína de pico do coronavírus ou proteínas de superfície dos dois vírus da gripe. Após 10 minutos, o sistema pode detectar apenas 0,1 femtogramas (0,0000000000000001 gramas) de proteína por mililitro de fluido.
A máscara pode ser útil para pessoas que precisam ficar em ambientes internos com pouca ventilação, diz Fang. "É uma nova técnica que podemos usar para proteger as pessoas." O sistema também pode ser atualizado com aptâmeros que reconhecem diferentes patógenos, diz ele.
A equipe ainda não testou com que frequência a máscara emite um sinal de alerta errado quando encontra proteínas de superfície de outros vírus.
Al Edwards, da Universidade de Reading, no Reino Unido, diz que a ideia tem potencial, mas precisa de mais testes. "É realmente difícil fazer as coisas funcionarem no mundo real", diz ele.
O princípio de usar testes baseados em aptâmeros altamente sensíveis também pode ser explorado em outras configurações, como colocar os sensores dentro de unidades de ventilação ou em enfermarias de hospitais, diz ele.
DOI da matéria: 10.1016/j.matt.2022.08.020
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